Esta semana o Li na Net foi eclipsado pelo estupendo artigo sobre os gémeos separados à nascença em Bogotá (se ainda não leram, esqueçam estes artigos, voltem depois). Voltando à programação normal, tenho algumas coisas acumuladas que gostava de partilhar aqui. Como ainda são um pouco mais do que o costume, vamos seguir um modelo ligeiramente diferente.
Ainda não vi o Divertida-mente, mas têm saído artigos muito interessantes sobre a ciência (e psicologia) do filmes. Há este da NPR, que já tem um mês, e outro – The Science of ‘Inside Out’ – que foi publicado no New York Times. O do NYT foi escrito pelos professores de Psicologia, Dacher Keltner e Paul Ekman, que foram consultados durante o processo de escrita do filme. Alguém viu o filme? É tão bom como parece pelo trailer?
O FiveThirtyEight tentou fazer os cálculos do custo de ter um filho – Putting A Price Tag On The Stress Of Having A Child -, tentando levar em conta o desgaste causado pelo stress associado à parentalidade. Conclusão (spoilers!): somos todos mal pagos, mas não faz mal porque o nosso cérebro (coitado) arranja maneira de achar que compensa.
Dentro do género duh, claro que sim, isso é óbvio (mas que muitas pessoas precisam de ouvir), temos o George Monbiot, no Guardian, a sugerir que o aumento de problemas de foro psicológico em crianças está relacionado com as expectativas irrealistas impostas pelos pais (com exemplos horripilantes do mundo real), e um artigo da Scientific American a falar de um estudo que liga mesmo a exigência parental à prevalência de sintomas de ansiedade nos filhos. Não stressem os vossos filhos, caraças (só um bocadinho).
Dentro do género uh, é só um estudo, não comecem já a insultar-se, a Science Mag reporta que um grupo de investigadores descobriu um indício para uma eventual predisposição menor para a ocorrência de leucemia em miúdos que vão para a escola mais novos – Study may explain mysterious cancer–day care connection.
Para terminar, e dentro do género gosto de pensar nestas coisas, esta coluna sobre educar crianças num contexto não-religioso – Losing Our Religion: So What Do We Teach Our Children? – , no Motherlode do New York Times. Gostei deste parágrafo:
“I’m not intent on raising children who share my label, but on children who share my values, who don’t cheat or steal or kill or judge, who are humble and appreciative of what they have, and who want to help the world around them become a better place and probably a few other things that I failed to list, but that we’re hoping to convey every day in word and deed.”
É isso, sejam boas pessoas, e bom resto de semana!
O divertidamente vale a pena.
O link Putting A Price Tag On The Stress Of Having A Child não está a funcionar (pelo menos no meu browser – chrome).
Não estava mesmo, corrigido, obrigado!
o divertida-mente é *melhor* do que parece pelo trailer
é inteligente, arrumado, focado no essencial, correcto e objectivo
e lindo, sem resvalar na foleirice é uma boa ferramente para mostrar aos miúdos (e graúdos) que tem de haver lugar para todas as emoções
que não há emoções certas ou erradas, há é que procurar lidar com elas
já usamos algumas das expressões do filme com os nossos filhos (7 e 10 anos)
dou graças pelo filme, veio na hora H para nós
O Divertida-mente não é tão divertido como parece no trailer. É giro, tem boa mensagem, mas é pouco activo, a parte principal do filme não é tão cativante como parece no trailer. Os meus filhos gostaram mas não adoraram. E eu sinceramente, também não (ou então ia com as expectativas demasiado altos devido aos vários trailers).
Bom, bom, é o “Mr. Peabody e Sherman”, divertido, emocionante, com uma mensagem poderosa e muitas lições de História. Tem a sua graça ver o meu Puto de 4 anos dizer quem foi o 1º presidente dos EUA e por isso saber também quem foi o de Portugal.