Há umas semanas recebi um e-mail do departamento de comunicação da BabyBjörn a perguntar se queria testar alguns dos produtos deles. Sim, fiquei tão surpreendido como vocês: alguém queria ouvir a minha opinião sobre assuntos relacionados com bebés.
Como é perceptível não tenho tido grande relação com marcas no âmbito deste blog, tirando a ocasional parceria de conteúdos noutros sites. Gostei da abordagem directa e descomprometida da BabyBjörn: perguntaram se eu queria testar produtos deles, e a única coisa que pediam era que lhes desse a minha opinião. Enviaram-me uma espreguiçadeira BabyBjörn Bouncer e um marsúpio Baby Carrier WE. Como gosto de dar opiniões, seja sobre espreguiçadeiras ou videjogos, partilho aqui as minhas impressões sobre os produtos.
BabyBjörn Balance Bouncer
Um dos (vários) aborrecimentos de ter um bebé pequeno é que temos de estar sempre com eles, no sentido de não poderem ficar sozinhos. Ou porque não aguentam a cabeça, ou porque põem tudo na boca, ou porque são uns inseguros com sistemas nervosos em desenvolvimento que convém não bombardear com excesso de cortisol naquelas cabeças, enfim, é duro. Conseguir deixá-los entretidos nalgum lado que não em cima de nós, é uma pequena vitória.
O Bouncer, uma espécie de espreguiçadeira baloiçante, é uma das razões pelas quais já conhecia a BabyBjörn (a minha irmã tem um já há alguns anos). De acordo com o site deles também é o primeiro produto da marca, criado na década de 60, na Suécia. Não há muito coisa a dizer sobre esta espreguiçadeira: pomos lá o bebé, rimos para ele, damos balanço à cadeira e rezamos por alguma calma e sossego. O ângulo de inclinação também é ajustável para se adaptar à idade do bebé.
É um produto útil e, neste caso, agradável à vista. A sala fica com um ar estiloso, e suavizamos aquele look de casa colonizada por plásticos e bonecada colorida. Eu sei no que é que as mentes mais pragmáticas estão a pensar: “estas picuinhices modernas… porque é que não deixas o bebé em cima de um sofá, com umas almofadas de lado, e vais à tua vida?”. É uma observação pertinente, permitam-me só levantar dois pontos contra: primeiro, tenho medo de me esquecer onde possa ter deixado o bebé, e sentar-me em cima dele; segundo, a criança fica a ver o que se passa ao seu redor, e dizem que isso é bom para o desenvolvimento e essas coisas. E a ‘Xica’ já se vai entretendo uns bons dez minutos no Bouncer, o que dá para ir à casa de banho, ler qualquer coisa no ipad, ou beber uns shots. Há-de chegar uma altura em que eles próprios se conseguem embalar fazendo força com as pernas, e aí se calhar até vai dar para fazer umas mini sestas.

A única observação negativa que consegui fazer é que as presilhas do cinto que segura o bebé no modelo que eu testei (o mais recente) são ligeiramente mais difíceis de apertar (e desapertar) que as do modelo anterior. Isto dá cerca de 0,5 segundos extra a pôr o bebé e 0,5 segundos extra a tirá-lo, resultando num total de 1 segundo de vida perdida. Podia ser pior.
BabyBjörn Baby Carrier We
A BabyBjörn também é conhecida por fazer carriers, ou marsúpios. Há coisa de dois anos, andei a investigar soluções deste género (para poder ir beber café durante a minha licença parental), e acabei por optar pelo Ergobaby. Na altura lembro-me de ter olhado para os produtos da BabyBjörn, mas daquilo que me lembro o Ergobaby era mais abrangente em termos de peso (vai até aos 20kg), e estava em saldos na Amazon.
Ergonomia
Acabei por testar o WE Carrier, que permite carregar bebés até aos 15 kgs, e dá para levá-los à frente (virados para nós) e nas costas. Nas minhas deambulações pela internet também percebi que há vários debates relacionados com o facto dos marsúpios clássicos da BabyBjörn poderem causar displasia da anca, por não terem uma sustentação adequada na zona do rabo e das pernas. Nos modelos mais recentes, aparentemente, estas questões já não se aplicam. Pelo menos no que eu testei, é visível que esta parte do corpo fica bem sustentada (como se vê pela imagem em baixo). Se pesquisarem “Baby Bjorn Hip Dysplasia” no Google encontram vários sites a falar do assunto, com opiniões a favor e contra. Também há um site oficial da BabyBjörn para esclarecer este assunto.
Usabilidade
A primeira saída correu muito bem. Só tive de ler o manual uma vez e não precisei de ir ao YouTube ver vídeos de demonstração. Cinco minutos depois já estávamos na rua e a Xica dormia, o que é bom sinal. É verdade que já não é a primeira vez que “monto” um marsúpio, mas fiquei surpreendido com a facilidade de colocação e ajustamento deste modelo específico. Ao contrário do Ergobaby, os ajustamentos fazem-se praticamente todos com o carrier já vestido. A primeira impressão é que ainda são bastantes fivelas e ajustadores, mas depois começa tudo a clicar no seu lugar, e quase parece que estamos a vestir o fato do Batman. Sente-se que é um produto com um design cuidado, os materiais têm bom aspecto e a estrutura de suporte dá-nos segurança. O ajustamento para bebés mais pequenos faz-se através de um fecho zip que reduz o tamanho da bolsa.

Se o Ergobaby dá uma sensação mais “orgânica” de transporte, mais perto dos panos e slings, este carrier é mais pragmático, ainda que menos envolvente. Outro ponto que me pareceu interessante, vendo os vídeos de demonstração, é a aparente facilidade com que se passa a criança da frente para trás. A Xica ainda é muito pequena para experimentar, mas lembro-me de ter algumas dificuldades em fazer isso no Ergo com o Mexi. Onde o Ergobaby acaba por marcar pontos é na inclusão de um capuz. Embora não seja impermeável, dá uma sensação extra de protecção ou “aconchego”, sobretudo quando eles adormecem. A BabyBjörn vende uma capa impermeável com capuz à parte , que pelo aspecto da coisa até deve dar para levar o bebé a fazer biatlo.
Concluíndo
Tanto a espreguiçadeira como o marsúpio são dois produtos muito bons, recomendo sem grandes reservas. Percebe-se que há uma preocupação com o design e a qualidade dos materiais, num estilo mais sóbrio mas centrado no utilizador, que diferencia a BabyBjörn das marcas mais tradicionais. Um pouco como a Apple no segmento informático. E também como na Apple, os preços são um pouco acima da média para este tipo de produtos: as espreguiçadeiras rondam os 130€ e os marsúpios podem ir dos 100€ aos 150€.
Nota: os produtos testados foram enviados e oferecidos pela BabyBjörn. O conteúdo deste post é da minha inteira responsabilidade e autoria, até mesmo a preocupação com os ‘ö’.
Gostei do post. Não me incomoda nada este tipo de post. Deram-te, experimentaste, dizes o que pensas. No fundo, quando o produto é bom, os fabricantes não arriscam muito: o normal é a pessoa gostar e é isso que vai dizer – e nem sequer têm que ter trabalho a escrever! 😉
Agora não tenho bebés, mas com a primeira comprei o equivalente da Chicco. Usei, mas nunca tinha aquela sensação de conforto (os bebés não se queixaram, era só eu). Depois de colocar o marsúpio com uma “especialista” a ver (já no terceiro filho), ela disse-me que eu colocava bem, o problema era que eu era demasiado pequena para aquele marsúpio em particular – o rabinho do bebé ficava sempre demasiado para baixo, mesmo na posição mais apertada e era isso que causava o meu desconforto.
ohpa, ohpa, já tenho cá em casa 3 marsupios, um pano enorme que ainda não sei como usar e uma outra coisa da chicco que acho que é um sling (é só uma espécie de cinto que a meio tem um fole de tecido mais largo onde supostamente o bebé assenta, mas não sei se é suposto ser só para dar de mamar – sim, eu vou ter um bebé daqui a uns dias e não percebo nada de coisas de bebés), e agora a ler o teu post fico a saber que é possível problemas de ancas por causa dos marsupios?!
Espreguiçadeira: deram-me uma de plástico com umas cores horríveis. Demorou imenso tempo a montar porque não percebíamos onde encaixavam as peças. Depois de montada, decidimos postergar a decisão de a vir a usar para mais tarde, porque é feia demais para ficar à vista (sim, somos hipsters, não gostamos de ter monos feios em casa) e porque pareceu muito periclitante.
Além disso, andamos a ler um novo livro, o “Retro baby” (este: http://www.amazon.com/Retro-Baby-Development-Time-tested-Activities/dp/1581108117) que aconselha a deixarmos de lado todos os gadgets e porcarias com que a publicidade nos inunda e a fazermos exercícios simples com os bebés.
Mas de facto, essa ideia de por o bebé num “coiso” sem ser a cama dele parece útil, se não, coitado, fica o tempo inteiro sempre no mesmo sítio.
Acho que havendo a tal sustentação traseira, o problema não se coloca. E mesmo nos outros sistemas (onde o bebé fica dangling), é discutível se causa algum problema de ancas ou não… Até porque, de acordo com um ortopedista com que uma vez falei, a displasia da anca não é uma condição que aparece do nada, ou se tem propensão ou não se tem. Mas acho que o melhor mesmo, em caso de dúvida, é falar com um especialista (também devia ter posto este disclaimer no post).
A Ana é fã dos slings e dos panos, é utilizadora assídua, apesar de alguns olhares bovinos de pessoas na rua. Também há ortopedistas que torcem o nariz, mas até aqui não temos razões de queixa.
As pressões consumistas do complexo industrio-puericultura são realmente uma coisa assustadora, mas lá se vai tentando navegar a linha entre o pragmático e o supérfluo. Por exemplo, aprendi a lidar com a minha inveja dos carrinhos ultra leves com amortecedores e a amar o meu mastodonte da chicco comprado em saldos de fim de linha, mas no nosso caso fez sentido porque sempre que possível eles iam nos marsúpios ou panos, e não nos carrinhos. (mais velhos passam para o carro bengala).
Sobre gadgets e actividades também gosto muito do que diz o nosso pediatra em relação aos primeiros meses: “nesta altura, a unica actividade que interessa é a interacção (física e afectiva) com os pais”. Excepto quando queremos dormir. -_-
bouncer e um espetaculo, aminha sobrinha teve um ha 10 anos atras,e optimo para viajar,para ter em casa e os miudos adoram
ah, outra coisa sobre espreguiçadeira que li também algures. Esta que me deram tem um botão para vibrar mas não sei se isso fará mal ao bebé, porque do que li, não é muito bom o bebé passar muito tempo sempre com a nuca encostada em superfícies duras (se bem que o assento da espreguiçadeira é de tecido) por causa do sindroma da “flat head” (só sei o nome em EN). Aliás, é por isso que é aconselhado limitar ao mínimo as viagens de carro, para o bebé não ficar muito tempo a “bater” com a nuca no encosto da cadeirinha. (e com isto, apercebo-me que me estou a tornar numa “mãe-que-discute-cenas de bebés”)
E discute com conhecimento de causa, que agora até fico com medo de dizer algum disparate. 🙂 Confesso que nunca tinha chegado à ligação da flat head com as espreguiçadeiras, mas esta da babybjorn é toda de pano, portanto creio que não se aplica. Por acaso com o Mexi chegámos a usar uma que não era de pano, era tecido sobre uma superfície mais rígida, mas também não houve achatamento de cabeça.
Sobre sistemas vibratórios não sei nada, mas imaginei muitas vezes que alguém inventava um braço mecânico para embalar bebés que adormecem com dificuldade… :}
Parabéns pelo blog!
Para quando um novo post sobre videojogos?
Obrigado! Boa ideia, talvez na próxima Steam Sale, que tenho andado com pouco tempo para jogar… deve ser lá para a Primavera 😎
steam sales? aquela altura em que adicionamos uma data de jogos novos que nunca vamos ter tempo para experimentar porque continuamos a jogar os mesmos de sempre? 🙂
Cá em casa somos super fãs da BabyBjorn. Antes de a bebé nascer já tínhamos comprado o berço da marca e entretanto também vimos grandes potencialidades na espreguiçadeira, que acabou por vir cá parar a casa. 🙂 E diga-se que tem dado um jeitão. Além disso, a Marta parece gostar de estar ali a observar o mundo. Compramos as duas coisas numa loja online, a Eurekakids. Têm imensos produtos da BabyBjorn e as entregas são bem rápidas. Deixo o link para o caso de alguém querer dar uma vista de olhos.
Obrigada pela partilha da tua opinião.
Carolina