Li na Net: o ‘Idiota do Urra’, os últimos estudos, e que NÃO fazer com a vossa Placenta

Olá Internet! Bem-vindos ao “Li na Net” do à Paisana, com o melhor das últimas semanas (ou anos) de artigos e notícias sobre Parentalidade (e outras coisas). Na edição desta semana mais links do que o costume, portanto vamos tentar que isto seja dinâmico e que seja fácil perceberem se querem clicar nalguma coisa ou não.

Começando pelos portugueses, duas excelentes entrevistas com dois seres humanos muito interessantes. O Observador entrevista o pediatra Joshua Sparrow. Se o T. Berry Brazelton é o Batman da pediatria, o Joshua Sparrow é o seu Robin. Não é uma boa analogia? Não interessa, no fundo é o tipo que escreveu os livros em conjunto com o Brazelton. A entrevista é um pouco longa, mas vale a pena se não estiverem familiarizados com os conceitos-base dos Touchpoints. Cá em casa somos fãs.

Mas se só tiverem tempo para ler uma entrevista, no entanto, leiam a do António Coimbra de Matos, um dos grandes da Psiquiatria e da Psicanálise em Portugal. Cá em casa há uma fã de há muitos anos, e é difícil não ficar fascinado com o personagem, sobretudo quando fala assim:

‘Há agora uns pediatras que dizem que as crianças ganharam um tal controlo, e uma tal atenção das famílias que se tornaram pequenos ditadores.’

Ah, isso é aquele idiota do Urra. Um cretino.
[…]
Na psicanálise estou mais interessado no futuro do que no passado. A psicanálise clássica está sempre muito ligada ao passado: o que aconteceu com a mãezinha, com o paizinho. Eu ando mais ligado àquilo que a pessoa projecta no presente e para o futuro.

Somos um país de medrosos” (Público)

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Já no mundo dos estudos científicos, parece que:

Sensibilizar os bystanders (espectadores? testemunhas? pessoas especadas?) para intervir em casos de bullying é das soluções mais eficazes para lidar com o problema. (Science Daily)

Os pais controladores criam universitários ruins. (Medical Daily)

Este já tem uns anos, mas vem a propósito do post recente sobre os embirranços inter-geracionais: aparentemente as gerações que ficam em casa até mais tarde têm imensas virtudes (e até vencem guerras mundiais). (New Geography)

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Também temos histórias inspiradoras contadas por seres humanos super decentes.

Do mundo da tecnologia, David Hansson, um dos criadores do Basecamp, um dos softwares de Gestão de Projectos mais utilizados no mundo inteiro, fala da importância das redes de protecção social dos países nórdicos, da dedicação da mãe e de descobrir quais são as coisas mais importantes na vida.

I took two important lessons away from this upbringing. First, as long as your basic needs are met, the quality of your lived experience is only vaguely related to the trappings of material success. While it wasn’t all roses and butter cookies, I had a great childhood. Second, I wouldn’t learn to appreciate the truth of the first lesson until I saw the other side of the golden fence.

The Day I Became a Millionaire (Observer)

Do mundo da ciência (esta já tem uns anos) uma espécie de “policial de bio-genética” contado por um pai determinado a descobrir a doença rara do filho. Uma história angustiante, e apaixonante, sobre amor, determinação e ciência. Li há uns meses, não percebi metade, mas o suficiente para ficar emocionado.

Sometimes a symptom is too obvious to notice.

But, at nearly two years old, we noticed Bertrand never had tears.

He could cry.

But he never made tears.

A quick google search for alacrima found Allgrove syndrome.

By now, we’d tested for and exhausted all known inborn errors of cellular metabolism, so we were eager to follow the lead.

Hunting down my son’s killer

A “segunda parte” foi publicada na New Yorker, dois anos depois.

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E por fim, na categoria “não creio que precisem de um artigo para vos dizer isto, mas aqui vai“: Por Favor Não Comam a Vossa Placenta (Grounded Parents).

Sobre placentas.
Nem frita!

 

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25 Comments

  1. hahaha, tenho um post em rascunho que começa assim “Li que o Urra é um idiota.” 😛

    entretanto, estou a escrever outra coisa (haja tempo) que surgiu de uma das nossas “conversas” sobre as idades e adequação de conteúdos (gosto quando as conversas nas caixas de comentários nos deixam ir com a cabeça a fervilhar 😉 )

  2. Quem é o Urra? de pediatras “da moda” só conheço de nome o Byrne, esse apregoado santo que responde a sms de pais aflitos a meio da noite (não sei se é verdade ou se mito urbano). São parecidos?

    Sobre a placenta: não justificaste com citação. Assim não ficamos convencidos. (#Pessoa que não tem tempo para ler links)

  3. sim, claro, faz parte da minha dieta do paleolítico 🙂 (congelei-a faz hoje um ano e 3 dias…. e o facto de no paleolítico não existirem congeladores não é para aqui chamado)
    😛

    • com sua licença, intrometo-me para validar o congelamento e a coerência com a dieta paleo, não eram as temperaturas baixas ao nível de congelador, no paleolítico? voilà, não fosse o desejo de fazer cozido de placenta e nunca teríamos descoberto o fogo

  4. # posso não saber “imagifizar” mas o meu gif é melhor que o teu (porque tem o gajo do à boleia pela galáxia)

    • super extra pontos pelo Martin Freeman, ele tem um “nerd creed” absolutamente incrivel: office, douglas hitchhiker’s, hobbit, dr. watson, os filmes do edgar wright, e agora vai aparecer tb no proximo Captain America… mais um ou dois e redime-se por ter entrado no love actually… 🙂

  5. acho que eu também
    podemos sempre assobiar para o lado e desejar bons fim-de-semana e assim

    (bolas, é “bons fim-de-semana” ou “bons fins-de-semana”?)

  6. Aprecio a subtileza do André a mandar-nos calar outra vez 🙂
    Ao nível do :”vamo-nos deitar que as visitas querem ir-se embora”.
    (sem sarcasmos)
    😛

  7. a minha avó tinha a versão “isto, agora, estava-se bem era cada um na sua casa” que é como quem diz “isto, agora, estava-se bem era cada um no seu blog” 😛

  8. ahah, muito bom, sessão de troca de cromos. Por acaso há bocado já cliquei no teu (adorei o desenho da família).
    Eu sou envergonhada de novas visitas não habituais, mas desta vez vai o link 🙂

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