Li na Net: Edição de Agosto

Ainda falta tempo para ir de férias, essa combinação fatídica de praia, sol e viroses de Verão. Antes de pôr o à Paisana oficialmente em modo Agosto, queria deixar-vos umas recomendações de leitura. Podem ir lendo nas férias (se tiverem rede e aparelhos) ou nas pausas deste mês metediço (“mete-se o Agosto”).

Os miudos totós e os pais não organizados

A crer pelos 43924834095098 de partilhas imagino que toda a gente tenha lido o artigo de “Estamos a criar crianças totós, de uma imaturidade inacreditável“, onde um professor da FMH, diz coisas acertadas, ainda que num tom de apocalipse e desgraça que não seria de esperar de um professor universitário (só um Sith é que lida com absolutos!). O que vos queria recomendar era esta entrevista da Raquel Varela, que é um óptimo complemento deste artigo, falando também do absurdo que são os horários das crianças (e dos pais), e avança ideias concretas – como os pais organizarem-se para obrigar à criação de espaços de brincar nas cidades.

“fomos à Lua e não conseguimos ter um descampado sem carros no meio das nossas casas para os nossos filhos brincarem? Conseguimos operar um pulmão com um robô comunicando por vídeo e não conseguimos organizar-nos com os vizinhos para rotativamente alguém “dar uma olhada nos miúdos”?” (no educare.pt)

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Ser inteligente, ser simpático ou ser bully?

Na Atlantic, mais um artigo que reforça a ideia de que não devemos dizer aos miúdos que eles são inteligentes. A teoria já tem alguns anos (e bastante solidez), mas é uma ideia que vale a pena ser repetida:

“The idea is that when we praise kids for being smart, those kids think: Oh good, I’m smart. And then later, when those kids mess up, which they will, they think:Oh no, I’m not smart after all. People will think I’m not smart after all. And that’s the worst. That’s a risk to avoid, they learn.“Smart” kids stand to become especially averse to making mistakes, which are critical to learning and succeeding.” (100 Percent Is Overrated)

Também na Atlantic, mas na secção de Business (portanto É ASSUNTO SÉRIO), um artigo sobre como compensa sermos simpáticos e bondosos – It Pays to Be Nice. Portanto já não têm desculpa para criar miúdos e miúdas simpáticos e bondosos. A não este estudo, reportado pelo National Post, que diz que certo tipo de bullies têm mais auto-estima e menos depressões que os outros miúdos. Mas é só um estudo, calma.

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Psicologias da Parentalidade (e devemos deixá-los ganhar ou não?)

Este já tem uns anos, mas achei interessante este artigo da Psychology Today sobre os pais tentarem influenciar a maneira como os filhos sentem ou pensam sobre determinada coisa. A pergunta é Is Your Parenting Psychologically Controlling?, e o artigo estabelece relações entre estilos diferentes de parentalidade e os resultados no desenvolvimento da criança.

Outro sobre uma questão com que já me deparei muitas vezes – Should You Let Your Kid Win at Games?

A resposta não é direta, mas anda à volta disto:

“Unless you’re raising some kind of prodigy, your kids will have way more opportunities to see you as a good winner than as a good loser, so you’re going to have to … adjust things. Golfers call this a handicap; runners call it a head start — you can call it whatever you want, so long as you explain that your disadvantage is only fair due to your age and size.” (no Babble)

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Pequenos prodígios e deixar crianças sozinhas em carros

Se tiverem um pouco mais de tempo recomendo mesmo estes dois artigos. O primeiro é do New York Times, e é sobre os desafios de educar e viver com pequenos “prodígios” – How Do You Raise a Prodigy?

“Prodigiousness, conversely, looks from a distance like silver, but it comes with banks of clouds; genius can be as bewildering and hazardous as a disability. Despite the past century’s breakthroughs in psychology and neuroscience, prodigiousness and genius are as little understood as autism. “Genius is an abnormality, and can signal other abnormalities,” says Veda Kaplinsky of Juilliard[…]” (artigo completo)

Para terminar, a história e o tormento (real) de uma mãe que deixou o filho no carro quando foi às compras. The day I left my son in the car na Salon. Não é o que estão a pensar:

Over the past two years, I’ve replayed this moment in my mind again and again, approaching the car, getting in, looking in the rearview mirror, pulling away. I replay it, trying to uncover something in the recollection I hadn’t noticed at the time. A voice. A face. Sometimes I feel like I can hear something. A woman? A man? “Bye now.” Something. But I can’t be sure. We flew home. My husband was waiting for us beside the baggage claim with this terrible look on his face. “Call your mom,” he said. (artigo completo)

Boas férias!

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