Li na Net: Música; Parentalidade Alemã; Pais, Mães e Carreiras

Olá pessoas interessadas, informadas e que gostam de ler artigos sobre parentalidade. Esta semana temos textos sobre a importância de aprender a tocar um instrumento, parentalidade germânica, carreiras, pensamento crítico, pais assustados, mães que brincam e pais que cuidam.

Música: além de ser das melhores coisas da vida, também faz bem à cabeça

Sempre se soube que a música era importante na educação de uma criança, embora as razões nunca sejam muito claras. Disciplina? Criatividade? Tocar Nirvana para impressionar as miúdas? Também, mas não só.

Aparentemente, cientistas e ressonâncias magnéticas descobriram uma série de vantagens relacionadas com a educação musical (até a mais básica) na infância. Reforço da atenção, gestão da ansiedade e controlo emocional – que, há quem diga, são características determinantes para uma vida equilibrada e feliz -, são alguns dos (aparentes) benefícios:

“What we found was the more a child trained on an instrument,” Hudziak told the Washington Post, “it accelerated cortical organization in attention skill, anxiety management and emotional control.”

The study found increased thickness in parts of the brain responsible for executive functioning, which includes working memory, attentional control and organizational skills. In short, music actually helped kids become more well-rounded. Not only that, they believe that musical training could serve as a powerful treatment of cognitive disorders like ADHD.

em Science Just Discovered Something Amazing About What Childhood Piano Lessons Did to YouMIC

Parentalidade Germânica e a geração de pais com medo (nós)

Desconfio sempre de artigos generalistas sobre a educação espectacular das crianças noutros países (excepto a Finlândia). Ainda assim, a TIME publicou um artigo sobre parentalidade germânica que, mesmo que não seja muito científico, está cheio de bons conselhos. A ideia geral é deixar os miúdos andar na rua, não ter medo que eles se magoem, não ficar obcecados com eles conseguirem ler antes do tempo, e passar a mensagem que a educação é algo que deve ser celebrado.

Party when school starts. One of my Berlin friends once told me that the three biggest life events are Einschulung (starting first grade),Jugendweihe (becoming a young adult) and getting married.

In Berlin, Einschulung is a huge celebration at the school—on a Saturday!—that includes getting a Zuckertute—a giant child-sized cone filled with everything from pencils to watches to candy. Then there’s another party afterwards with your family and friends. Einschulung is something children look forward to for years. It signals a major life change, and hopefully, an enthusiasm for learning.

em How to Parent Like a German – TIME

Ainda sobre a tragédia das gerações de pais (como a nossa) que não deixam as crianças ir brincar sozinhas para a rua, um artigo do Boston Globe que tenta traçar algumas das causas do problema. O artigo é crítico do sobreproteccionismo, mas conclui numa nota de ambiguidade que qualquer pai – mesmo o mais racional – também sente. Não é uma assunto fácil, mas é bom pensar nisso.

For Lenox child psychologist David Anderegg, a professor at Bennington College and author of Worried All the Time, the crux of the problem is “frequency overestimation,” a phenomenon that throws off our sense of how common something is. “The media overplaying every child abduction makes people overestimate the probability,” he says. “Because our culture is so visual, even if something is rare, the images are repeated so much, you start to think it’s not rare.”

When did parents get so scared?Boston Globe

Mães que fazem carreira, pais que ficam em casa, mães que brincam, pais que cuidam

A Atlantic publicou um texto de um pai que assumiu o papel do educador principal da família para que a mulher pudesse investir na sua carreira. O autor é marido da Anne-Slaugher, que escreveu “Why Women Still Can’t Have It All” também na Atlantic há três anos atrás. Curiosamente, o original era sobre uma mãe que chegava à conclusão de que era impossível conciliar carreira e família; mas entretanto a autora – por causa da peça – passou a ser ainda mais solicitada, e coube ao marido assumir o papel de lead parent na casa.

Descontando o facto de estarmos perante pessoas cujas carreiras passam por ensinar em universidades como Harvard ou Princeton, ou trabalhar para o governo norte-americano, os textos são interessantes na maneira como apresentam alternativas às dinâmicas familiares tradicionais e os processos mentais necessários para reinventar esses papéis. Mesmo sendo deslocado da realidade mais “comum”, há uma verdade muito prosaica por trás de cada uma das peças e que, suspeito, se aplique a vários quadrantes sociais: não dá para ter tudo.

Among those mothers who are beating the grim odds and succeeding in the most-demanding jobs, a startling number have a lead dad in the wings. As Anne-Marie puts it in her new book, Unfinished Business, “This is the dirty little secret that women leaders who come together in places like Fortune magazine’s annual Most Powerful Women Summit don’t talk about: the necessity of a primary caregiver spouse.” A female business executive willing to do what it takes to get to the top—go on every trip, meet every client, accept every promotion, even pick up and move to a new location when asked—needs what male CEOs have always had: a spouse who bears most of the burden at home.

Why I Put My Wife’s Career FirstAtlantic

Entretanto, em Portugal, o Público noticia que um estudo de investigação portuguesa chegou à conclusão que “Mães que brincam e pais que cuidam têm vínculos mais fortes com os filhos“:

As mães que passam mais tempo em “actividades de jogo” com os filhos pequenos — brincar, levar ao parque, contar uma história antes de deitar, por exemplo — têm maior probabilidade de serem “figuras seguras de vinculação” do que aquelas que brincam menos mas prestam mais cuidados básicos, como dar banho, alimentar, cuidar na doença, dar medicamentos, ou levar às consultas. Sim, brincar é fundamental. Já quando se fala dos pais — homens — são os cuidados do dia-a-dia que fazem a diferença.

Mães que brincam e pais que cuidam têm vínculos mais fortes com os filhosPúblico

É uma excelente conclusão, claro, só achei dispensável que a autora do estudo fosse citada a incitar à libertação exclamativa com um confuso: “É exactamente isso? Libertem-se!”. Mas isso sou eu que embirro um bocado com exclamações.

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2 Comments

  1. Saliento o “não se pode ter tudo”. Não se pode mesmo e vivemos numa sociedade que parece querer vender a ideia de que tudo é conciliável (bastando força de vontade ou sei lá o quê), gerando frustração e sentimentos de incompetência/falha. Não é, e não faz mal, desde que saibamos isso mesmo e estejamos em paz com as nossas opções/possibilidades 🙂

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