Na dinâmica (cada vez mais discreta) de ver séries lá em casa, há claramente uma época de Inverno e uma de Verão. Tem a ver com a própria sazonalidade das temporadas televisivas, mas também com o hábito de, na época estival, ir repescar coisas interessantes que nos possam ter passado fora do radar (como aconteceu com o divertido You’re the Worst).
Uma das nossas séries deste Verão foi o Catastrophe, uma comédia britânica sobre um encontro de sexo casual que resulta numa gravidez inesperada. Chamou-me a atenção o facto de ser escrita e protagonizada por um comediante americano, o Rob Delaney (de quem tinha boa impressão), e por uma actriz, realizadora e argumentista irlandesa, a Sharon Horgan (de quem fiquei com óptima impressão).
Vimos a primeira temporada completa, que em série inglesa são só seis episódios, e posso dizer-vos que é muito engraçada. Não é engraçada por ser sobre gravidezes ou parentalidades, mas sim porque é estupidamente bem escrita e interpretada, com partes iguais e disfuncionais de comédia e tragédia.
Sabem aquele momento em que estão a ver pela primeira vez uma série, e de repente percebem que vão ter de ver mais? Tipo quando o piloto do Lost é sugado pela janela? Ou os Flight of the Conchords começam a cantar o Most Beautiful Girl in The Room no meio de uma cena aborrecida?
Com o Catastrophe foi este diálogo, entre o Rob e um amigo da Sharon, que ele acabou de conhecer, e que inclui esta descrição sobre assistir a um parto natural:
Confesso que gostava de ter sido a primeira pessoa no mundo a ter escrito: “vês aquele pequeno troll a escorregar para fora da pachacha da tua mulher numa onda de cagalhões, […]”, mas é por isso que o Delaney e a Horgan são profissionais de comédia, e eu não.
Porra, agora também fiquei com vontade de ver. Não se faz.
São só seis episódios. ¯\_(ツ)_/¯
Boa, não conheço, mas também tenho que inventar um slot de tempo para conseguir ampliar a secção séries (andamos na ‘diversão’ que é espreitar a série Dead Zone com 10 anos de delay).
Ainda assim, a palavra chave aí é ‘tobogganing’. Delicioso.
Troll, tobogganing, snatch, wave of turds, acho que é um belo trabalho de equipa, até joga ali uma aliteração a trinco. Até se fosse se fosse só o troll “sliding” dali para fora, é a imagem (que também fiz todos os possíveis para evitar no(s) momento(s). 🙂
Séries: comecei a ver o Mr Robot esta semana, estou muito entusiasmado.
Vi um episódio do Mr. Robot e a coisa também prometeu. Até a ideia do Christian Slater com óculos à velhinho não me chocou 🙂
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Não comento a série, que não conheço, comento a situação descrita. Por alguma razão, a não ser que o pai da criança seja a única pessoa disponível para ajudar no parto, é que o seu lugar é ao lado da mãe, junto à cabeça dela, sem acesso visual à zona “minada”…
Exactamente, foi a estratégia que segui nos dois nascimentos, e não me arrependo de ter perdido alguma coisa. 🙂
Um homem inteligente. 🙂