Vingadores 2: Era de Ultron – estreia esta quarta-feira!

Nota resumo: fui ver o Avengers 2: Age of Ultron ao cinema, a minha cabeça explodiu de tanta emoção relacionada com comics, e recomendo vivamente que vejam o filme num ecrã bem grande (mesmo se forem como eu e tenham deixado de ir ao cinema). No fundo o post abaixo diz isto por mais palavras, mas sem spoilers. Pessoas que não gostem de comics, Marvel, cinema de acção ou Joss Whedon (o da Buffy), podem retirar-se agora.

O último filme que tinha ido ver ao cinema foi o The Dark Knight Rises (O Cavaleiro das Trevas Renasce) há quase três anos. As razões para isto relacionam-se com ter sido pai, escolhas de vida, falta de pachorra, o formato Blu-Ray, um cabo HDMI entre o computador e o LCD, e indiferença à novidade do 3D.

A não ser quando a tecnologia aproxima as pessoas.
Mas gosto quando a tecnologia aproxima as pessoas.

Às vezes recebo convites para assistir a antestreias, normalmente de filmes infantis, mas calham sempre em horários impraticáveis com o meu alter ego de trabalhador assalariado e alienado; portanto nunca posso ir. Mas no outro dia era para assistir ao visionamento de imprensa do novo Avengers 2: Age of Ultron. Em 3D. Numa sala IMAX. Vacilei.

Tenho seguido o incrível trabalho que tem sido feito no Universo Cinematográfico da Marvel (Hulk, Homem de Ferro, Thor, Capitão América, Vingadores, Guardiões da Galáxia, por enquanto) nos últimos tempos. São produtos comerciais de pirotecnia cinematográfica e destinados a arrecadar milhões de dólares em bilhetes e pipocas, não tenhamos dúvidas, mas também são filmes divertidos, bem escritos e que – sendo dirigidos a um público sobretudo generalista – conseguem ganhar o respeito dos fãs.

Até dos mais exigentes (fonte).
Até dos mais exigentes (fonte).

E acho que isto acontece essencialmente por uma razão: são filmes feitos por fãs. E, no caso dos dois filmes que lidam com o supergrupo de heróis – os Vingadores -, são feitos pelo Joss Whedon, um tipo impecável que além de já ter criado a Buffy, o Firefly, e de ter escrito vários livros de banda desenhada, é mestre em puxar pela humanidade e diálogos dos personagens para que escreve.

Mais fanboy do que crítico de cinema, lá fui ao visionamento de imprensa e:

Uauuuuuu, caraças.
Wowwwwwwww, caraças.

Continuo achar que o Captain America: The Winter Soldier é o melhor filme, este Avengers 2 é o filme comics mais bem feito. O equílibrio entre as cenas de acção e as cenas de não-acção é perfeito. Aliás, essencial para que o filme funcione bem. As personagens são sólidas, têm motivações, bons diálogos. O vilão é ameaçador e cartoon q.b. Até os super-heróis que não têm filmes próprios – Hawkeye e Viúva Negra – tem um bocadinho mais de atenção do que os outros, uma aposta arriscada mas que compensa.

As cenas de acção são exageradísimas, barrocas, até um pouco confusas, em momentos. E é aqui que ver um filme no cinema faz a diferença. Às tantas deixa de ser importante se perdemos a geografia de uma determinada batalha, ou se estamos a entrar em overdose de prédios destruídos, quando estamos entretidos com pormenores  como escudo do Capitão América a fazer ricochete pela sala de cinema em 3D ou o som do Mjolnir a derrubar vários vilões.

Não gosto muito de ler críticas antes de ver os filmes, portanto a única coisa que vou acrescentar é que o filme estreia esta quarta-feira, e se forem fãs de comics e/ou de filmes de acção extremamente bem feitos, vejam isto e vejam isto no cinema, no maior ecrã que encontrarem e, se não enjoarem, em 3D (ainda não viram o trailer? está aqui).

Um blu-ray e uma pizza são muito bons, mas isto são os Vingadores.

avengers

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3 Comments

  1. Parece que se tivesse lido o teu texto antes de ter publicado no nosso velho amigo # podíamos ter feito uma battle 🙂

    Tecnicamente saí de lá muito satisfeito, a forma como no cinema temos a percepção do aperfeiçoamento do CGI e o enquadramento em cenas de acção com super-heróis cada vez mais ambiciosas é super porreiro. Também gostei do tratamento do Ultron e até o Visão me deixou com um sorriso nos lábios.

    Mas a parte da conjugação acção-trabalho de personagens, isso não fiquei nada convencido. Como aqui te refreaste aos spoilers, não me vou desbocar nos comentários, mas achei aquilo uma parada de lugares comuns e aquele spot secreto no meio do filme…

    Se isto tivesse sido antes da avalanche de filmes de super-heróis teria ficado alucinado, por ver tantos personagens em acção e sorveria todas as migalhinhas que eles nos deram. No ponto em que estamos, com o Quarteto Fantástico a levar um reboot de franchise já em Agosto, apenas 8 anos depois do último filme com o Surfista Prateado, acho que temos ali uma espécie de Chimarrão marveliano, servem-te muita quantidade, mas a qualidade do enredo não é prioritária. Para mim, nesse sentido, preferi os Guardiões da Galáxia e acho o franchise dos X-Men bastante superior.

    (ou então sou eu que já estou saturado de witty remarks do Iron Man, depois de 4 filmes de Stark) 🙂

  2. Bom, vou repetir-me um pouco, mas acho que o Joss Whedon faz um enorme blockbuster de acção (é o que estes filmes são), com a dificuldade de trabalhar com um elenco ensemble (e pouco espaço para desenvolver personagens). Ele ter conseguido explorar minimamente as figuras no meio de um filme com tantos protagonistas, com one liners, com back and forths, com dialogos, olhares, o que seja, é incrível. Tem alguns clichés? Sim, mas não acho que sejam assim tantos como isso, e – sejamos sinceros – a BD mainstream por natureza está repleta de clichés. Estes filmes são muito claros na sua intenção de se dirigirem a essa publico e espirito (pueril) dos comics, com uma ambição gigante de transversalidade (fãs e não fãs). E mesmo assim isto é comics puro, certo, comics adolescentes, mainstream, gibis, o que seja com histórias um pouco marteladas, muita acção e espírito de grupo. O argumento é muito coeso, não é menos interessante que a saga do ultron nos livros, e é ainda superior a 90% das coisas que li em BD na minha adolescência…

    Eu gostei muito do interludio na “fazenda” do hawkeye, por um lado responde à pergunta do “o que é que o gajo das setas anda ali a fazer”, e por outro humaniza o grupo (um deus, um gajo com cento e tal anos que passou a vida congelado, um playboy bilionário, uma assassina treinada deste a infância e um gigante verde) Acho que é Joss Whedon no seu melhor, sou fã confesso, já desde o tempo em não percebia porque gostava tanto da série da série da Buffy.

    E acho óptimo que se façam muitos filmes de super-heróis, claro que qualidade não é quantidade, mas também sobretudo por isso – porque acaba por dar espaço para se aprender com os erros e ganharmos com novas visões e interpretações. Só é pena a DC andar por aí meio perdida, mas vamos ter esperança. 🙂

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