Uma pequena nota para referir que acrescentei duas páginas ali ao menu de cima. Uma sobre publicidade (ou “parcerias”), outra sobre direitos. A de direitos aparece sobretudo depois de me ter deparado com alguns casos de pessoas que acham que podem copiar posts inteiros para os seus blogs sem pedir autorização (e só porque põem lá um link).
Um dos casos percebi que não foi por maldade, e o outro era um exemplo de ‘chico-espertice’. Não sou nenhum fanático da propriedade intelectual, pelo contrário, mas acho que os “pequenos produtores de conteúdo” deviam ter uma sensibilidade especial sobre este tipo de coisas.
Sobre as “parcerias”, acho que está lá tudo o que quero dizer neste momento, mas estou aberto a sugestões ou debate porque é um assunto que me interessa discutir.
Já agora, encerrei (ou suspendi) a minha participação noutro blogue em que escrevia. O Cardinal foi uma experiência incrível, sobretudo de dividir o blogue com pessoas que escrevem e pensam bem (e diferente de mim, felizmente) e de “brincar” aos editores. Talvez dê para retomar noutra altura. Escrevi um texto lá a explicar um pouco sobre a ambição do site e este momento de despedida. Vou deixar de escrever regularmente sobre séries mas talvez fique com tempo para ver séries, o que não é mau.
A ideia é focar-me um pouco mais no à Paisana. Tanto nas coisas que funcionam, como noutras que têm andado um pouco afastadas mas que eu gostaria de ver mais no site (falo de nerdices de pai, não fotos de família, calma).
Olha, ainda bem que falas nisso de copiar citando a fonte. Acho que nunca fiz com nenhum texto do teu blogue (não consigo ter a certeza que a memória é fraca), mas realmente já o fiz com outros, achando que ao citar e colocar o link não seria considerado plágio. E vejo que é prática comum. Agora fiquei encanitada pá. Mas fico avisada!
Não é plágio, mas é algo como apropriação indevida de conteúdo (deve haver um nome mais técnico). Por analogia, imagina que eu resolvia publicar um livro “Os Melhores Posts da Blogosfera”, reproduzia textos de vários bloggers sem lhes dar cavaco, mas no final de cada texto punha “Fonte: nome do blog”.
Não haveria problema se houvesse um botão que dissesse “partilhar” no final dos meus posts (como existe numa plataforma tipo facebook ou youtube); mas é diferente.
Mas antes até de se discutir isto no plano dos direitos de propriedade, acho que é uma questão de etiqueta (ou netiquetta, como se dizia nos velhos tempos 🙂 ) O blog que cita põe só um excerto, e assim assegura sempre que o blog “original” recebe o grosso das visitas e da atenção.
Faz sentido! Vou ter mais etiqueta a partir de agora.
🙂 Bom, por acaso existe um botão que diz “partilhar” no final dos meus posts, mas é para “partilhar” no facebook, o que – lá está – implica a tal criação de um excerto. Era isto. 😎
Também vou passar a estar mais atenta à forma como faço referência a outros posts. Penso que nunca transcrevi a totalidade de um post, mas não há nada como estar de olho aberto e ter mais cuidado!
Por acaso na Fugas deste sábado o Miguel Esteves Cardoso escreveu algo que achei interessante sobre críticas online a produtos (num texto em que ele falava sobre características boas, más e enervantes de vários de tipos de canetas de tinta permanente de marcas diferentes), escreveu ele que «Online há muitas críticas de canetas mas infelizmente baseiam-se sempre em canetas “cedidas” por lojas online. Sem ironia, as lojas que emprestam ou dão canetas a bloggers são as melhores, mais entusiastas e mais económicas.
No entanto quando uma caneta (ou qualquer objecto) é oferecido a disposição crítica amolece sempre. Para sermos justos não há nada como ter gasto o nosso dinheiro a comprá-las. A nossa tolerância para os defeitos das canetas deixa de existir.
Todas as canetas de que falei foram compradas e usadas por mim ao longo dos anos.»
Bom, a questão da isenção, ou objectividade, crítica dá pano para mangas e já se debate muito antes de haver “online”. Há os críticos de vinho que recebem garrafas para “testar”, os jornalistas que vão a feiras internacionais (com tudo pago) ‘conhecer’ os últimos modelos, etc-etc, e vários tipos de jornalismo especializado (i.e. carros), em que se fica com a sensação que ficar na lista negra de uma marca pode ter consequências muito chatas.
Idealmente, é como diz o MEC, nada bate a independência de vir tudo do nosso bolso.
Mas, volto a dizer, acho que tem a ver com a relação que se estabelece entre quem escreve, e quem lê. Se eu quisesse fazer um blog cujo objectivo fosse afirmar-me como a maior autoridade nacional sobre cadeiras de bebés para carros, para promover a segurança rodoviária, aí faria sentido assumir essa independência. Mas se a Britax me quiser enviar uma cadeira para testar, eu gostar da cadeira, e escrever sobre isso, cabe-vos a vocês decidir se respeitam a minha opinião (de utilizador, não especialista) ou não. Se eu não gostar da cadeira, devolvo o produto (não quero lixo em casa) e logo decido se escrevo ou não (à partida não vejo porque razão perder tempo a escrever sobre algo que não quero recomendar).
Há muitas outras armadilhas nestas questões (e mitos) sobre objectividade e isenção, mas agora não tenho tempo. 🙂 Mas volto a dizer, acho que começar pela transparência é sempre bom caminho.