Tinha grandes planos para a nossa primeira fotografia de Natal. Pensei no enquadramento, preparei o tripé, movi as tralhas todas da sala para fora do plano, mas só quando tirei a máquina é que reparei horrorizado que a bateria estava quase no fim. A única coisa que sobreviveu, antes da câmara se desligar, foi isto:
Com ou sem percalços, estou a chegar ao meu segundo Natal como pai. Dizem que o Natal é das crianças, o que bem pode ser verdade, mas não é dos bebés. O Mexicano, embora já a abandonar a sua fase bebé (como é que se diz toddler em português? alguém sabe?) ainda não tem idade de perceber o que é o Natal; muito menos esta história dos presentes. Dado isto, sugeri comprarmos os presentes nos saldos pós-Natal, pareceu-me um plano genial de poupança e investimento (nos nossos próprios presentes), mas a Ana não achou. Devem ser coisas de psicóloga.
Uma das coisas que mais gosto no Natal, sobretudo quando calha a meio da semana, é aquela quebra de ritmo que começa a meio da tarde de 24 e vai em crescendo até às oito, nove horas da noite, até chegar àquele momento em que parece que o mundo pára. Lojas fechadas, ruas desertas e os sons ocasionais daquela bonomia caótica que emana de algumas casas. É como se esta paragem justificasse todo o frenesim dos dias anteriores, todas as reportagens sobre as pessoas andarem a gastar menos dinheiro no comércio tradicional, e todos os minutos de vida perdidos no trânsito porque algum anormal decide percorrer as ruas mais movimentadas da cidade a 5km/h para espreitar luzes natalícias.
Também tivemos a nossa primeira Festa de Natal de Escola. Com um pequeno espectáculo. A minha primeira reacção foi achar o espectáculo fraquinho mas a Ana corrigiu-me logo e disse que foi amoroso. Aparentemente a escala para avaliar um espectáculo em que crianças com menos de 5 anos tentam dizer poesia, fazer teatro e cantar, não pode assentar em qualificativos como “fraquinho”, “medíocre” ou “uma obra-prima”. Neste tipo de eventos só podemos usar expressões como “achei amoroso”, “estavam tão queridos” ou, pelo que se percebe da expressão de alguns dos pais de miúdos mais velhos – “PORQUE É QUE O MEU FILHO NÃO TEVE DIREITO A SOLO NA CANÇÃO?!”.
É como se a qualidade do conteúdo fosse menos importante que a alegria de estarmos todos a participar numa celebração da família e outros valores positivos. Um conceito estranho nos dias que correm, não é?
Ainda por causa da escola, este Natal, voltei a sentir a pressão traumática dos trabalhos manuais escolares. Pediram-nos para decorar, em família, uma estrela para o Mexicano levar para a escola. Falamos de duas pessoas sem grande aptidão para trabalhos manuais, numa casa em que tarefas como cortar as unhas dos cães são encaradas como desportos radicais (ou de vida e morte, para os cães). Mas demos o nosso melhor, acho que isso é o que conta, e, como podem ver, acho que nem correu muito mal:
Bom Natal.
Querido André, Madame André , Mexicano Maravilha e restante família à paisana. Votos de um santo Natal (só prendas, comidinha boa, música fixe e bué de jogos). Saúde e Paz. Um grande beijinho da . D
Querida D., muito obrigado e tudo de volta também, beijinhos muitos!
A estrela ficou linda. Já vou tarde para o natal mas toma lá um bom ano e boas entradas e essas coisas todas. Beijinhos aos três. Aos cinco!
Obrigado and right back at ya 🙂 Beijinhos dos cinco para os quatro!
Boas festas!!! Nós temos um presépio para fazer até ao dia de reis… Estes TPC de Natal são particularmente difíceis pá!!!