Estou a poucos dias do fim do meu trial Premium do Spotify a pensar se renove o serviço ou não. Para quem não sabe, o Spotify é como se fosse o Círculo dos Leitores para música no séc. XXI, só que não tem nada a ver. Simplificando, é uma plataforma online que permite ouvir música a partir de um catálogo gigantesco – tem muita coisa mas ainda não tem quase tudo. Pode utilizar-se através de um modelo de subscrição pago e disponível em várias plataformas (o tal premium), ou de forma gratuita (ouvir no PC, com anúncios). Tem até um modo offline, apenas para a modalidade paga, que permite descarregar as músicas, ou álbuns, para o computador, telemóvel ou ipod, entre outras funcionalidades relacionadas com playlists e apps para descobrir música.
Embora seja uma pessoa dada a digitalizações e tecnologismos em geral (só não deitei fora toda a minha colecção de dvds e cds na última mudança porque alguém não deixou), o Spotify levantou logo uma série de resistências na minha cabeça de não nativo digital. Começou logo por me irritar toda a componente “social” do software, a integração com o Facebook, a possibilidade de partilhar listas, adicionar seguidores e de mostrar ao mundo inteiro o que ando a ouvir. Só quando descobri que podia desactivar todas estas funcionalidades é que resolvi experimentar o serviço. Sou um tipo que se preocupa com o que os outros pensam, sobretudo quando quero que pensem que não me preocupo com o que eles pensam, portanto não me sentia muito confortável em dizer às pessoas que me apeteceu ouvir o Escape do Rupert Holmes a meio de uma sessão de escuta épica à discografia completa de Lambchop.
Um dado curioso é que tenho ideia cerca de 80% da música que tenho andado a ouvir já paira algures em cds e discos rígidos que tenho espalhados em casa. 5% terão sido coisas novas, e os restantes 15% álbuns de comédia que me acompanham nas sessões de passeio de cães (gosto muito de parecer um maníaco que vai pela rua às gargalhadas enquanto apanha cocó do chão).
No fundo, parece-me ser uma das grandes vantagens do Spotify – arrumar, organizar e tornar um pouco mais acessível a música de uma pessoa. Não sei isso valerá os 7 € por mês que custa a subscrição. Acho que vou andar um mês sem Spotify e ver se dou por mim a pensar “porra, o momento presente seria tão melhor se eu tivesse uma subscrição de Spotify Premium”, e logo decido a partir daí.
O que não ajuda é ter visto este anúncio do Spotify que, apesar de ser muito bem filmado, ganha uma nomeação para o guião (copy, para os especialistas) mais pretensiosamente idiota de sempre:
“Because we were all conceived to a 4×4 beat. Because music can’t be stopped, can’t be contained. […] Because music is worth fighting for. Why? Because it’s music.”
Hã?
Pelo que ouço do Spoofy continuou a preferir o Grooveshark?
Mas eu só ouço online…
Sim, ficando pela escuta “desktop”, também acho que o Grooveshark é boa alternativa. Onde o Spotify me faz a diferença é na parte dos dispositivos móveis, porque me permite ligar o ipod à aparelhagem e ir ouvindo os discos que me apetece, descarregar playlists para ouvir durante o dia, etc, etc. Claro que também posso fazer isto “manualmente”… Daí a dúvida. 🙂
Ah, agora percebi a vantagem do Spoofy….!
Obrigado.
Já agora sugestão para post futuros:
músicas infantis – Quais as melhores? Quais as piores? E porque mudaram algumas letras de muitas músicas do cancioneiro infanto-português?
Qual o estilo de música que mais agrada aos bébés, Punk, Rock, Metal ou Pop?
Abraço
boas notas. e agora que falas nisso, outro dia fiquei com a impressão que no baby tv (ou seria canal panda) não dizia rabinho dos patinhos, achei que podia ser algo a explorar (o facto, não o rabinho dos patinhos). Por falar em metal, e miúdos, já viste isto: http://vimeo.com/68177758#? abraço
Pois, eu em suporte “fixo” ainda me vou baseando no Grooveshark, nem que seja pela irritação que é ver updates no Facebook de toda a gente que conheço que já se agarrou ao Spotify e tem orgulho em dizer isso ao mundo (sim, eu também desligaria a componente social na hora).
Ao nível de copy, essa ligação desconexa mas que nos deixa a pensar se tudo faz sentido (que não faz, pelo menos sem ser no sentido dos horóscopos), é uma escola. E dentro dessa escola, “gosto” deste da Sagres.
https://www.youtube.com/watch?v=FHP7-0qs3Jo
Pelo juntar de palavras à bruta parece uma letra do Abrunhosa, pelo entusiasmo teatral só falta aparecer o fantasma da Amélia Rey Colaço…
Obrigado por isto. Há ali uma parte em que tenho quase a certeza que ele diz “cocó na relva”.