Funcionou comigo!

Ser pai envolve tomar uma série de decisões. Há várias teorias e metodologias relativas a: amamentação, dar papas, passar para sopas, passar as papas, número de sestas, rotinas de dormir, horas de sono, deixá-lo a chorar sozinho, nunca largá-lo, fazer-lhe o cartão de cidadão, fazer-lhe o cartão jovem, entre muitas outras.

Avós, pais, cunhados, primos, amigos, colegas, estranhos na rua, pessoas que são pais há mais uma semana que nós (uma semana que lhes confere uma grande autoridade), toda a gente tem a sua opinião. Até aqui tudo bem. Mesmo o facto das opiniões, na sua maioria, serem baseadas naquilo que se ouve dizer ou na experiência, raramente se vê alguém a começar uma frase com “sabes que a literatura mais recente diz que…”. Ok, tudo bem, estamos aqui para nos ajudarmos uns aos outros.

Mas há uma particularidades nestes discurso doutrinadores que me deixa sempre constrangido. É quando aparece o argumento do próprio. O argumento do próprio não é um argumento muito bom.

Por argumento do próprio entende-se:

Podes fazer <inserir opção aqui>, os meus pais fizeram comigo / eu fiz com os meus filhos e correu tudo bem!

Mas o que é exactamente correr tudo bem neste contexto? É estarem vivos? É que, salvo três ou quatro pessoas com que eu vivi durante grande parte da minha vida, eu não conheço ninguém assim tão bem para poder levar este argumento a sério.

Por exemplo:

Eu sei lá se a asma / alergia / eczema / intolerância ao amendoim seja lá qual for a maleita que te aflige (ou vai afligir) não foi causada por te terem dado sopas muito cedo?

Eu sei lá se o facto da tua mãe ter bebido um copinho de vinho durante a gravidez não é responsável por chorares todas as noites até adormeceres. Aos 30 anos.

Eu sei lá se as conversas que tens com a torradeira e as discussões com o microondas não derivam de te terem deixado aos gritos durante horas na cama quando eras bebé.

Eu não sei, e tu, parece-me, também não sabes.

Desconfio muito das pessoas, deve ter sido alguma coisa que a minha mãe comeu.

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6 Comments

  1. aaaaaahhhhhhaaaaaahhhhhhaaaaahhhhhhhhh
    Eu então acho que estar viva é uma sorte! 😉
    Grandas malucos que eles eram!
    P.s. Comentar este blog é quase como pedir faturas por tudo e por nada… Há muita burocracia para preencher e obrigatória!!! 😉

  2. Uma visão muito inteligente.
    Na verdade, partilho da mesma opinião mas confesso que, por vezes, sou daquelas que, em conversa sobre crianças, tende a exemplificar com a sua própria experiência de mãe ( what a shame !!!)

    Rita, o seu P.S. está demais 😀

  3. Eh pá, ainda hoje pensei nisso. “Uiii eu não tomo a vacina da gripe porque uma vizinha tomou e 2 dias depois tinha uma pneumonia!!!” Coisas destas também me irritam bastante, o argumento do “próprio que passou por essa situação” é tão pouco válido… Um, nunca foi e, dificilmente alguma vez será, igual a todos e mais alguns!
    P.S.- movimento anti burocracia, já!

  4. Na maioria dos blogues não temos de escrever nadinha… a nossa identificação vai automaticamente, caso estejamos com o email, o o nosso próprio blogue aberto

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