Aeropress – a minha máquina de café hipster

Até aqui há umas semanas café cá em casa era Nespresso. No fundo isto quer dizer que: café cá em casa nunca nos custava menos do que 0,375 € e, somando o preço à nossa desorganização mental, café cá em casa só há uma semana por mês. Não me interpretem mal, a Nespresso tem muitos méritos, tipo os empregados sairem do balcão para nos dar os sacos (não consigo imaginar a vida antes disso, disso e dos telemóveis), mas tem um relação qualidade preço que é discutível. É verdade que o café é consistente e bom, mas é uma aproximação encapsulada à riqueza de um café de máquina.

Acrescendo também os sucessivos cortes salariais, sobretaxas e a crise no Sporting, decidi procurar uma alternativa mais económica à Nespresso. Não ía com grandes esperanças de ir para lá daquelas cafeteiras de fogão, confesso. Foi então que, em passeio pelas interwebs, encontrei a AeroPress.

A AeroPress é umas espécie de máquina de café de culto. Aparece em cafetarias hispter nas várias capitais mundiais, tem uma série de campeonatos do mundo onde se compete pelas melhores fórmulas de fazer café, e, não menos relevante, foi inventada pelo gajo que criou o Aerobie.

 

Chamar máquina à AeroPress também é um exagero. É um dispositivo que cria uma câmara de vácuo e extrai o café através de um filtro. É semelhante a uma prensa francesa / cafeteira de êmbolo, mas utiliza filtros de papel e consegue criar mais pressão, o que dá café de mais qualidade. O interessante da AeroPress, para alguém que gosta de café e andou a beber Nespresso em casa nos últimos anos, é poder experimentar lotes diferentes, alterar a temperatura da água, o tempo de extracção, por aí. O nível acima é começar a moer o café, e o nível final é torrar os grãos, mas um passo de cada vez. O café tem a concentração de um expresso, sem a espuma (não se pode ter tudo), e é óptimo só por si, ou se o transformamos em Americano (juntar água).

O melhor ainda é que a traquitana se lava em 20 segundos. A sério. Eu sei que há imensos produtos que dizem isso e depois tem de se andar a esfregar, desencaixar, abanar ao ritmo da macarena, mas é mesmo só preciso deitar fora as borras, e passar debaixo da torneira.

Nestes dias o café tem dado jeito.